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VIDA BOA. DOS OUTROS, CLARO

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Por Leco Schain - 
 
Não faz uma semana e estávamos aqui conversando com o pessoal da Ambiental sobre os nossos trabalhos. Eles em terra e nós no mar. Depois de algumas comparações o Cabo Barros nos olha e diz uma frase que sempre ouvimos: "Trabalhão bom esse de vocês. Sol, praia, por do sol no horizonte... e preocupação: zero!" Sorrimos para não perdermos a amizade e mudamos de assunto. 

Essa é a imagem não apenas do Cabo Barros, mas até em casa temos metade dos parentes convencidos de que nossa vida é de muita sombra, água fresca, mergulhos cinematográficos e festas noturnas à moda hawaiiana. Alguns mais atrevidos acrescentam até, surf e cervejas. Ledo engano!

A realidade do nosso trabalho é outra, mais séria, sisuda e algumas vezes um tanto quanto agitada. Hoje enfrentamos isso.

Saímos sob um céu nebuloso, mas nada que o tornasse diferente de tantos céus vistos antes, ontem até estava mais fechado o tempo. Navegamos um par de horas e observávamos o dia transformar-se. O mar encrespou, os ventos sopraram mais fortes e uma chuva pesada começou a cair. Apontamos os nossos narizes e a proa para o continente, mas tomamos a decisão um pouco tarde. Estávamos no meio de uma tempestade.

O clima pesou. Cenhos franzidos, olhares tensos, poucas palavras.

O trawler rangia, balançava, subia, descia, estalava, zunia, batia. Nós eramos jogados ora para a frente, ora para trás e pros lados. Equilíbrio nenhum, era como uma montanha russa. E assim permanecemos por um tempo que não posso precisar. Tudo pareceu eterno, infindável. Não ouvimos uma única palavra... era um silêncio total. Todos esperavam algo ou o quando. Ao cabo de um tempo incerto o balanço diminuía gradativamente e se fez suficientemente menos violento para que alguém começasse a apontar uma providência, outro a reposicionar parte do material espalhado ao nosso redor e mais um soltar suspiro de alívio.

O Trawler vencia o movimento das ondas ainda altas e visualizamos a luz de um farol... ou ao menos isso me pareceu, depois o perfil do continente e uma outra embarcação.

Finalmente o trawler lançou ferros. Pisamos terra firme. Uns se entre-olharam sérios um sorriu, mais um acenou, alguém se benzeu e cada um seguiu seu curso. 

Passamos pelo posto da Ambiental, cumprimentamos como de costume o Cabo Barros, que com certeza deve ter observado que apesar de ensopados, nossos cabelos continuavam de pé!

1 comentários:

Pedro Leme disse...

Caraca! Muito cuidado é pouco. Abs pra todos

3 de julho de 2010 às 15:29
 

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